quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

IAP AINDA SEM UM LAUDO CONCRETO SOBRE MORTE DE PEIXES NO LITORAL


O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) suspeita que a causa de um descarte criminoso de um barco pode ser a causa da morte de milhares de peixes na baía de Paranaguá no final de dezembro.

Coleta realizada nesta quarta-feira (5) reforçam as suspeitas. Praticamente todos os peixes mortos são da espécie sardinha xingó, cuja pesca está proibida nesta época. Também foi constatado de que não houve morte nos dias recentes.

“Há indícios da ocorrência de um descarte irregular, devido ao tamanho dos peixes, predominantemente, da espécie sardinha xingó. Outra questão a ser considerada é que neste período encontra-se em vigor o defeso para a espécie sardinha”, disse o presidente do IAP, Tarcísio Mossato Pires, segundo a assessoria da Sema (Secretaria de Estado do Meio Ambiente).

Pires informou que solicitou informações do Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélite (PREPS), para verificar se alguma embarcação sardinheira havia estado na região.

“A solicitação já foi encaminhada ao Ministério da Pesca e estamos aguardando resposta”, completou Pires. O Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Sudeste e Sul – órgão ligado ao IBAMA – também foi contatado para auxiliar nos trabalhos.

O presidente do IAP determinou ainda reforço nas ações de fiscalização contra a pesca predatória no Litoral paranaense.                

Laudo sai na semana que vem

Além das investigações para descobrir se houve descarte ilegal causado pela pesca predatória, coletas de água e de peixes foram realizadas por especialistas do Centro de Estudos do Mar (CEM), na terça e na quarta.

“O resultado das análises poderá identificar se houve uma patologia que tenha atingido apenas esta espécie de sardinha; a ocorrência de um vazamento químico, contaminando as sardinhas - uma espécie que vive na superfície, o aumento na quantidade de algas que produzem toxinas, ou o descarte ilegal dos peixes por barco pesqueiro”, explicou a pesquisadora do CEM, Camila Domit.

Segundo ela, os resultados das análises, que deverão sair dentro de uma semana, servirão para apontar ou descartar estas possibilidades.

A pesquisadora conta que três laboratórios do CEM estão envolvidos no trabalho: laboratório de oceanografia química, laboratório de ictiologia e de fitoplancton.

Uma das análises irá avaliar os níveis de amônia, nitrato e nitrito para saber se existe alteração na qualidade da água, o que poderia influenciar a fisiologia dos peixes. Já as análises de fitoplancton e ecotoxicologia avaliam a proliferação de algas tóxicas, devido a alguma alteração no ambiente marinho.

O laboratório de patologia e ictiologia de peixes está investigando se existe algum tipo de doença que pode ter acometido os animais.

A pesquisadora é enfática em afirmar que foram encontrados mortos poucos exemplares de outras espécies como, por exemplo, 14 indivíduos de bagre.

Força-tarefa - Uma força tarefa formada por cerca de 30 pessoas está trabalhando para descobrir as causas da morte dos peixes. Participam do trabalho IAP, Polícia Ambiental, Defesa Civil, Ibama, Polícia Federal, Centro de Estudos do Mar (CEM) da Universidade Federal do Paraná, Prefeitura de Paranaguá e Secretaria da Saúde. A mortandade foi constatada no dia 30 de dezembro nas proximidades das Ilhas de Amparo, Eufrazina e Piaçaguera, sendo 90% dos exemplares sardinhas da espécie xingó.

Pontos de coleta

A coleta de peixes e água nesta quarta-feira por realizada por equipe composta pelos soldados Ricardo, Rodrigues e Stadnik, da Polícia Ambiental; pela professora Luciene Lima, especialista de peixes e pelo Oceanógrafo, professor Luiz Mafra, ambos do Centro de Estudos do Mar/ UFPR e pelo biólogo João Roberto Barros Maceno Silva, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Paranaguá.

Foram coletadas amostras de água para análises assim como amostras de peixes (sadios e um moribundo) para análise visual e histológica. As sardinhas mortas encontradas estavam em adiantado estado de putrefação.

O trabalho foi feito entre Pontal do Paraná e o Porto de Paranaguá, sendo as amostras feitas em 4 pontos - canal próximo às boias 23-24, ponta da Ilha das Cobras, Piaçaquera e próximo ao cais. Não foram detectadas grandes concentrações de peixes mortos e nem manchas atípicas.

Coletiva de Imprensa

Entrevista coletiva à imprensa sobre a mortandade de peixes acontece nesta quinta-feira (6), às 10h30, na Sala de Reuniões da Prefeitura de Paranaguá, com a presença de representantes de todas as instituições envolvidas.



FONTE :CORREIO DO LITORAL.COM

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