quarta-feira, 31 de março de 2010

Requião critica postura da mídia em relação ao governo



31/03/2010

O governador Roberto Requião criticou a postura da mídia paranaense em relação às ações de seu Governo, durante a reunião de prestação de contas nesta quarta-feira (31), em Curitiba. “Há quem esteja por aí decretando o fim de uma era. Para a mídia que viveu ‘no seco’ nesses últimos anos, e sonha com a ‘era’ de meu antecessor, que a premiou com quase R$ 2 bilhões em propaganda paga, de fato é de se comemorar”, afirmou o governador. Segundo Requião, veículos de comunicação fazem “uma clara e indissimulável campanha de desconstrução do governo e do governador”.

“Como disse a presidente da Associação Nacional dos Jornais, Judith Brito, já que a oposição brasileira ‘está profundamente fragilizada (...), os meios de comunicação estão fazendo a posição oposicionista’. Abstraído o mau português, eis uma sincera confissão”, afirmou o governador em seu discurso. E acrescentou: “Se, para eles, talvez seja o fim de uma era de vacas magras, felizmente, não é assim para os paranaenses, especialmente os mais pobres”.

Requião falou sobre casos em que a mídia paranaense ora se omitiu, ora distorceu, ora se posicionou contra ações que beneficiariam a população. Sobre estes, o governador citou o fim dos contratos lesivos da Copel, do pacto de acionistas da Sanepar e da privatização da Ferroeste, e a luta contra o pedágio. “Nunca apanhei tanto (quando decidi rever estes contratos). A oposição e a mídia que, como vimos, às vezes se confundem, chegaram até mesmo a criar um índice, o ‘risco Requião’. Caso não cumprisse os contratos, diziam, colocaria em perigo os investimentos estrangeiros no Brasil”, disse.

No caso da Copel, que tinha contratos de compra e venda firmados com empresas espanholas e norte-americanas, Requião afirmou que “os meios de comunicação jogaram contra os interesses dos paranaenses” e “engrossaram o coro dos tais ‘especialistas’ que desancavam o governador por ousar rever contratos”. Porém, Requião insistiu na “batalha”, e o resultado foi a saída da Copel da insolvência, com lucro de R$ 1 bilhão. “Até hoje espero, em vão, pedidos de desculpas pelas agressões que sofri. Se isso é demais, que pelo menos noticiem, como não fizeram até agora, que os contratos foram renegociados, com vantagens para os paranaenses. Mesmo com quatro anos de atraso, poderiam dar a notícia”, disse.

Pedágio – O governador criticou a imprensa também no caso do pedágio. “A refrega do pedágio foi outro dos contenciosos que deu muito que falar. E o que não falam é que nenhum dos aumentos de tarifas foi autorizado pelo Governo. Negamos todos. Hoje, temos mais de cem ações contra as concessionárias na Justiça. Se não fosse isso, com certeza os aumentos teriam sido ainda mais extorsivos do que foram”, afirmou.

Informática – Houve também a briga pela recuperação do porto de Paranaguá, que seria privatizado, e o cancelamento dos contratos de informática que, segundo o governador, eram “suspeitos, superfaturados e desnecessários”. “Centenas de milhões de reais jogados pelo ralo, enquanto a empresa pública de informática, a Celepar, permanecia, desprestigiada, à margem. Quando falei em cancelar os contratos, aterrorizaram-nos, prevendo o caos no Paraná. Os contratos foram eliminados, a Celepar assumiu o trabalho e tudo funcionou perfeitamente bem. Hoje, ela é um exemplo em que se espelha a informática pública de todo o País”, afirmou.

Segurança – Na segurança pública, Requião disse que a mídia passa a falsa ideia de ineficiência do trabalho policial. “Nunca as polícias militar e civil tiveram uma renovação de equipamentos tão grande, e nunca se contratou tanto novos policiais como em nosso Governo. No entanto, bastam as manchetes do final de semana para se passar a falsa ideia de ineficiência do trabalho policial. Nos dias que correm, não é uma tarefa tão fácil, tão simples assim, cuidar da segurança pública. É provável que esse seja o setor mais sensível da administração, o mais sujeito às críticas. Mesmo porque todos se julgam especialistas em segurança”, argumentou.

Obras – O governador criticou também o fato de a imprensa afirmar que o Paraná não tem obras, enquanto que o Estado investiu cerca de R$ 3 bilhões em mais de seis mil obras de melhoria urbana. São projetos de pavimentação, terminais de ônibus, praças, parques, quadras de esporte, creches, postos de saúde, escolas, estações rodoviárias, viadutos, trincheiras, prolongamento e duplicação de avenidas e rodovias. “E ainda temos que ouvir um certo e boquirroto radialista repetir todas as manhãs que este Governo não tem obras’, salientou.

Meio Ambiente – A crítica à imprensa foi feita pelo governador também na área do meio ambiente. “Para o jornal que, repentinamente, passou a se preocupar com o meio ambiente, lembramos que mais de 90% das áreas preservadas no Paraná – parques, florestas, matas, reservas e corredores de biodiversidade – foram criados em nossos três governos. Os ecologistas preferidos da mídia só fizeram propaganda”, disse, ao citar que o programa Corredores da Biodiversidade foi considerado pelo Banco Mundial como o melhor programa de meio ambiente apoiado pela instituição, em todo o mundo.

Transgênicos – Em se tratando de agricultura, especialmente na “batalha” (do Governo do Estado) contra os transgênicos, Requião afirmou que “a mídia, o tempo todo, para confrontar o Governo, valeu-se de estudos e argumentos do famigerado Conselho de Informações sobre Biotecnologia, o CIB, uma ONG teúda e manteúda pelas multinacionais das sementes geneticamente modificadas”. “E os meios de comunicação nunca disseram o que estava por trás do CIB, fornecendo suas opiniões como técnicas e isentas”, criticou Requião.



Fonte:Agencia de noticias do Estado do Paraná

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